quarta-feira, 22 de maio de 2013

PINGUIM

Pinguim

Aves que vivem em temperaturas muito baixas, os pinguins não são comuns no Brasil. 

Não voa e não tem penas.
Pertencem à Ordem Sphenisciformes.

 
casal de pinguins
vários pinguins numa pedra
Mesmo que sejam dezenas de quilômetros até o mar o pinguim vai caminhando em sua postura ereta, em passos rápidos e miúdos por causa das pernas curtas, e até parece estar em traje de gala.
Precisa ir, para conseguir algum peixe para seu filhote. Esperando por ele fica a família: o filhote de penugem arrepiada, aconchegado à mãe, que ainda ressona com a cabeça sob a asa.
Muitas e muitas horas depois, o pinguim está de volta, com um peixe no bico.
Não se sabe ainda a razão que leva essa ave a penetrar tanto no continente para a reprodução. O pinguim-de-adélia vai acasalar-se até a 100 quilômetros do mar, o que dificulta perigosamente a alimentação do filhote
Além das orcas, dos tubarões e outros carnívoros, o pinguim encontra um inimigo perigoso na foca-leopardo. Mais veloz que ele, armada de poderosas presas e muito feroz, a foca-leopardo raramente deixa escapar um pinguim que persiga. Só em terra ela é mais lenta que ele.
O impulso gregário dos pinguins sofre forte acentuação durante o cio. Na primavera austral de setembro a dezembro, milhares deles vão formar colônias em terra firme ou sobre o gelo, na busca de um par.
Os que ficam solteiros as vezes roubam ovos alheios e chocam.
Aves como os patos, que só nadam na superfície, têm patas natatórias simples. Mas bons mergulhadores, como o pinguim, tiveram que dar um jeito na falta do rabo: quando mergulham, suas patas assumem a posição de um rabo propulsor.
Alternadamente, macho e fêmea chocam o ovo único durante uns dois meses, a meio jejum. Depois, revezam-se na alimentação e guarda do filhote, até que ele cresça e mude a penugem, sinal de que está pronto para o mar
A incapacidade de voar e a dificuldade de andar, no pinguim, são compensadas pela desenvoltura da natação. Na água, desenvolve até meio quilômetro por minuto, só pela ação das asas-nadadeiras.
várias das espécies de pinguins

pinguim na toca

Em casos excepcionais (caso a fêmea morra e não volte para o ninho), o pinguim imperial macho também pode alimentar seu filhote por um tempo criando uma espécie de leite do papo, embora ele mesmo não se alimente há meses.

Um pinguim de Fernão de Magalhões (ao lado) aproveita a toca abandonada por um coelho.

As aves são bichos que perderam o rabo - Alguém pode estranhar isso, considerando os magníficos leques de penas que algumas exibem. Mas, se depenarmos esse leque, logo veremos que as penas estão implantadas sobre um toquinho. Aves e mamíferos descendem dos répteis. Mas, enquanto os mamíferos mantiveram o rabo, as aves o perderam.
Os mamíferos que voltaram a adaptar-se a um ambiente aquático, como o castor, a baleia, etc., puderam transformar o rabo em órgão de natação, recriando o mesmo método dos peixes. Mas as aves que se adaptaram ao ambiente aquático não puderam voltar a usar esse método - não tinham mais rabo. Criaram então as membranas natatórias das patas, que alguns mamíferos também tem.
guillemots
Muitos casais de pássaros dividem o árduo trabalho de criar os filhotes. Mas, na corrida para a continuação de seus genes para a próxima geração, alguns machos passam a perna em outros em termos da criação dos filhotes. Com isso, livram-se do trabalho e ficam com tempo livre para acasalar com mais fêmeas. Os guillemots vivem em grandes colônias nos penhascos rochosos do hemisfério norte. Os machos usam várias táticas para acasalar com uma fêmea, mesmo que ela já esteja comprometida com outro. Esses acasalamentos "extraconjugais" ocorrem regularmente, mas só se o intruso evitar as defesas do macho do casal.

Um truque usado pelos intrusos é esperar o macho acabar de cruzar com a fêmea, voar rápido até ele e obrigá-lo a sair do ninho. O parceiro original enxotado do penhasco leva alguns minutos para se refazer e volta ao local.
Quando consegue chegar lá, o intruso atrevido já terminou de acasalar; resta ao pássaro a incumbência de criar os filhotes. A fêmea não demonstra a menor reação na mudança de parceiros.
Os cientistas determinaram a extensão da infidelidade entre os essa e outras espécies através da impressão digital genética, o mesmo método usado para identificar criminosos.
Nas colônias dos guillemots, alguns machos são pais sem se preocupar com a tarefa de alimentar os filhotes. Eles dão um jeito de acasalar com a parceira de outro macho, deixando-o responsável pela criação os filhotes.
pinguim bebê
Quando a temperatura é baixa demais, como no caso dos pinguins, o corpo dos pais é a maior fonte de calor.
O ovo de pinguim, assim que posto é rolado para cima dos pés do macho, que carrega o ovo entre seus pés e sua barriga.
A intensa circulção desta área mantem o ovo na temperatura correta.
Quando o filhote nasce, continua protegido do mesmo modo.
Na volta do mar, quando os filhotes estão maiores, os pinguins gritam para seus filhotes, que reconhecem o som dos pais, e os alimentam com peixe regurgitado.

Túmulos submersos para os pinguins da Antártica

A Georgia do Sul é uma ilha descampada que fica no Atlântico Sul. É também uma das maiores áreas de reprodução de gento e pinguins reais.
Cientistas que estudam pássaros na ilha observarm pinguins idosos e doentes se reunindo em torno de poços longe da costa que foram formados pela neve derretida.
O fundo destes poços está coberto com camadas e mais camadas de cadáveres de pinguins.
As observações suscitaram especulações sobre pinguins moribundos que dirigem-se para cemitérios tradicionais em terra firme.
Entretanto, é mais provável que os pássaros doentes ou idosos vão até tal lugar em busca de água fresca para beber e acabam morrendo ou se afogando na tentativa.
pinguins ao por do sol
ilustração de um pinguim

O pinguim se mostra muito bem adaptado à vida aquática e aos ambientes de baixa temperatura, para se manter aquecido nas águas geladas, possui duas camadas de penas, bastante densas. Além disso, uma espessa camada de gordura abaixo da pele, mantém a temperatura corporal.
Diferentemente de outras aves, as asas do pinguim apresentam ossos achatados.
Submerso, ele usa as patas traseiras para propulsão, enquanto a pequena cauda funciona como leme. Penas extremamente curtas e impermeáveis aliadas ao corpo hidrodinâmico diminuem o atrito com a água. Em consequência, o pinguim pode nadar a velocidades de até 40 km/h.
ilustração de uma família de pinguins

A maior parte das espécies tem o hábito de se reproduzir em colônias muito numerosas. Frequentemente, um casal de pinguins dura a vida toda.
A fêmea forma um ninho com penas e pequenas rochas, onde deposita de um a dois ovos de acordo com a espécie.
Depois da postura, o macho assume seu papel de chocar o ovo, enquanto a fêmea parte em busca de alimento.
Até o nascimento do filhote, o casal se reveza nos cuidados com o ovo.

A reprodução do pinguim-imperador é a que chama mais atenção. No fim do outono, a fêmea põe um ovo e segue para o mar, retornando na primavera. Durante o inverno, o macho se encarrega de manter o ovo protegido e aquecido.
pinguins mergulhando

Quando está caçando, o mergulho do pinguim pode durar, em média, três minutos. Porém, já foram observadas espécies que permaneceram 20 minutos submersas.
O pinguim costuma passar boa parte de seu dia dentro da água em busca de peixes, krill (camarõezinhos) e outros animais marinhos.
Chega a comer o equivalente a 14% de seu peso.
Entre seus predadores naturais, encontram-se os tubarões, as focas e as orcas.
Em terra, ele não é tão ágil.
Caminha de um modo caracteristicamente desengonçado e, para ganhar tempo, escorrega de barriga pela superfície congelada.
Os pinguins Adélie mergulham no mar Antártico, sabendo que uma foca-leopardo pode estar espreitando por baixo de uma pedra de gelo. Mantendo-se sempre juntos eles sentem-se mais seguros.
muitos pinguins mergulhando

Pra quê tanto pinguim junto?

Os pinguins precisam se defender de gaivotas de rapinas os grandes pássaros que atacam seus ovos e filhotes na costa, até as terríveis e rápidas focas-leopardo que os esperam no mar.
Suas chances de sobrevivência dependem de como eles se agrupam em terra e de que maneira vão para o mar, e tudo isso depende da sua quantidade, o que não é problema para os pinguins.
Os pinguins Adélie procriam em imensas colônias, dentro das quais há subgrupos, ligeiramente afastados uns dos outros.
A procriação em grupo é definitivamente melhor que a procriação independente, pois no grupo há calor e proteção dos ataques das gaivotas de rapinas, que relutam em entrar no centro de uma colônia de procriação para procurar ovos e filhotes nos ninhos.
Portanto, o melhor lugar para procriar é no centro do grupo. Os grupos maiores são em geral os mais bem-sucedidos, pois o número de pinguins das bordas é relativamente menor que o de pinguins protegidos no centro. Fazer parte de um grupo grande também é importante em termos de alimentação. Os pinguins alimentam-se no mar e, como sabem que lá as focas-leopardo podem atacá-los, procuram sempre sair da colônia em conjunto.
Nervosos, eles reúnem-se no gelo à beira d'água, examinando as ondas com ansiedade para ver se descobrem os inimigos. Se perceberem alguma sombra escura sugerindo a cabeça de uma dessas focas, retornam à praia em pânico para se reagruparem de novo.
Assim que um pula na água os outros seguem-no, nadando o mais depressa possível para ultrapassarem a área de ação das focas-leopardo. Quanto mais pinguins entram na água de um só vez, menos elementos são atacados individualmente.

pinguim  nadando sob a água
Vista por baixo quando o pinguim está nadando, sua parte dianteira branca e brilhante confunde-se com o brilho da superfície.
Muitas criaturas desenvolveram colorações mais claras na parte de baixo, uma forma de camuflagem conhecida como efeito furta-cor. Ela é especialmente útil para peixes que, como os pinguins, são vulneráveis a um ataque vindo de baixo.
Vistas contra a luz que vem da superfície, as barrigas claras e prateadas de muitos peixes ficam praticamente invisíveis. Cada escama da sua barriga funciona como um espelho em miniatura, capturando qualquer luz que haja na água ou que seja refletida do fundo de areia.
pinguins na neve
casal de pinguins

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